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Capítulo 20 de 51

1Oh! Quanto melhor é admoestar que irritar-se, não impedir de falar aquele que quer confessar a sua falta!*

2Como o eunuco que anseia por violentar uma donzela,

3assim é o que, por violência, faz um julgamento iníquo.

4Como é bom que o corrigido manifeste o seu arrependimento! Pois assim se evita um pecado voluntário.

5Há quem se cale e é considerado sábio, e quem se torne odioso pela intemperança no falar.

6Há quem se cale por não saber falar, e há quem se cale porque reconhece quando é tempo (de falar).

7O sábio permanece calado até o momento (oportuno), mas o leviano e imprudente não espera a ocasião.

8Aquele que se expande em palavras, prejudica-se a si mesmo; quem se permite todo o desregramento torna-se odioso.

9Para o homem desprovido de instrução há proveito na infelicidade, mas há certas descobertas que lhe acarretam a ruína.

10Há dom que não é útil e há dom que é duplamente recompensado.

11Há quem ache a sua perda na própria glória, e há quem levantará a cabeça após uma humilhação.

12Há quem compre muito por um preço módico, mas que (de fato) o paga pelo sétuplo do seu valor.

13O sábio torna-se amável por suas palavras, enquanto que os encantos do insensato desaparecem.

14O donativo do insensato não te trará proveito, pois ele te fixa com sete olhos.

15Ele dá pouco e censura muitas vezes; quando abre a sua boca é como uma fogueira.

16Há quem empresta hoje e amanhã o reclama: tal homem é odioso.

17O insensato não tem amigos, e pelo bem que faz não será bem acatado,*

18porque os que comem o seu pão têm línguas falsas; quantas e quantas vezes não zombarão dele?

19Pois não agiu com bom senso, distribuindo o que devia guardar e o que não devia guardar.

20A queda de uma língua mentirosa é como uma queda na laje; assim a ruína dos maus virá de repente.

21Um homem desagradável é como uma história ruim, que se acha continuamente na boca das pessoas mal-educadas.

22Será mal recebida a máxima que sair da boca do insensato, pois que ele a diz fora de tempo.

23Há quem se abstenha de pecar por falta de meios, mas ressente o aguilhão do pecado até em seu repouso.*

24Há quem perca a sua alma por causa do respeito humano; perde-a, cedendo a uma pessoa imprudente; perde-se por atender demasiadamente uma pessoa.

25Há quem, por falsa vergonha, faça uma promessa a um amigo, e dele se faça gratuitamente um inimigo.

26A mentira é no homem uma vergonhosa mancha: não deixa os lábios das pessoas mal-educadas.

27Mais vale um ladrão do que um mentiroso contumaz, mas ambos terão a ruína como partilha.

28O comportamento dos mentirosos é aviltante, sua vergonha jamais os abandonará.

29O sábio atrai a si a estima por suas palavras; o homem prudente agradará aos poderosos.

30Quem cultiva sua terra colherá montes de frutos; quem cultiva a justiça será ele próprio elevado; quem agrada aos poderosos fugirá da iniquidade.

31Os presentes e as dádivas cegam os olhos dos juízes. São em sua boca como um freio que os torna mudos e os impede de castigar.*

32Sabedoria escondida é tesouro invisível. Para que serve uma e outro?

33Mais vale aquele que dissimula sua insipiência, do que aquele que esconde sua sabedoria.