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Capítulo 48 de 52

1Contra Moab. – Eis o que diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: “Ai de Nebo, porque chegou a sua ruína! Cariatarim, tomada de assalto, cobriu-se de vergonha; a praça forte ficou em tumulto e desvairada.*

2Findou-se a glória de Moab! Em Hesebon conspira-se contra ela: ‘Vamos riscar esse povo do número das nações!’. E tu também, Madmena, serás reduzida ao silêncio, porque a espada te persegue.

3Gritos elevam-se de Horonaim: Devastação! Catástrofe!

4Moab foi abatido; gritam seus filhinhos.

5Pela encosta de Luit chora-se; sobe-se em prantos, e pela descida de Horonaim ouvem-se clamores de angústia.

6Fugi! Salvai-vos! Sede qual zimbro no deserto!”.

7Porque puseste a confiança nos teus ídolos e nos teus tesouros, tu também serás tomada. E será levado para o exílio Camos com seus sacerdotes e chefes!*

8Em todas as cidades penetrará o devastador; nenhuma será poupada. Será destruído o vale, e o planalto devastado, como disse o Senhor.

9Dai asas a Moab para que tome voo, porque suas cidades se transformarão em deserto.

10Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor! Maldito o que recusa o sangue à sua espada!

11Desde a juventude, Moab vivia em paz, repousando sobre a borra, sem ser transvasada, nem exilada. Assim o sabor lhe ficou, e intato o aroma.

12Dias, porém, virão – oráculo do Senhor –, em que lhe enviarei transvasadores que o trasfegarão, esvaziando os tonéis e quebrando os odres.

13E Moab se envergonhará de Camos, como Israel envergonhou-se de Betel que constituía sua esperança.*

14Como podeis dizer: “Somos bravos, valentes guerreiros?”.

15Moab está devastado; escalaram suas cidades. A flor de sua mocidade desce para a matança – oráculo do rei, cujo nome é Senhor dos exércitos.

16A ruína de Moab é iminente, deles se aproxima a largos passos a desgraça.

17Chorai-a vós, seus vizinhos, e dizei vós, que lhe conheceis o nome: “Como se partiu esse cetro poderoso, esse cetro cheio de glórias?”.*

18Desce de tua glória, assenta-te no solo ressecado, filha de Dibon, que moras neste lugar, porque o devastador de Moab sobe contra ti, para destruir tuas muralhas.

19Detém-te no caminho e espreita, habitante de Aroer; interroga o que foge e o que escapa, perguntando-lhes: “O que aconteceu?”.

20Moab em ruínas cobre-se de vergonha: gritai, gemei! Anunciai ao norte de Arnon que Moab foi destruído.

21Foi o julgamento executado sobre a terra da planície, sobre Helon, Jasa, Mefaat,

22Dibon, Nebo e Bet-Deblataim;

23sobre Cariatarim, Bet-Gamul, Bet-Maon,

24Cariot e Bosra, e sobre todas as cidades, próximas ou distantes da terra de Moab.

25Foi abatido o poderio de Moab, seu braço foi partido – oráculo do Senhor.

26Embriagai Moab, porque desafiou o Senhor. Ele se debaterá no próprio vômito. E, por sua vez, se tornará objeto de zombaria.

27Não era Israel alvo de teu escárnio? Foi ele surpreendido entre ladrões, para que, ao falar dele, sempre abanasses a cabeça?

28Abandonai as cidades para habitar os rochedos, habitantes de Moab, assim como faz a pomba que coloca o ninho na borda dos precipícios.

29Conhecemos o orgulho do soberbo Moab, sua altivez, sua jactância, seu orgulho e arrogância de coração.*

30Conheço-lhe a presunção – oráculo do Senhor –, a jactância e a vaidade.

31Eis por que gemerei sobre Moab inteiro, e sobre ele lançarei gritos; choro o povo de Quir-Hares.

32Mais que sobre Jázer, choro sobre ti, vinha de Sabama; tuas vides se alongavam até o mar, atingindo o mar de Jázer; sobre tuas searas de vindimas lançou-se o devastador.

33Afastaram-se a alegria e o regozijo dos vergéis da terra de Moab; fiz com que secasse o vinho nos lagares; já não se amassam as uvas entre gritos de alegria, nem a canção é a mesma canção.

34O clamor de Hesebom sobe até Elale, e a voz se estende até Jasa, e de Segor até Horonaim e Eglat-Selisia, porque as próprias águas de Nemrim secaram.

35Farei desaparecer de Moab – oráculo do Senhor –, aqueles que sobem aos lugares altos para incensar seus deuses.

36Por isso, meu coração por Moab geme, como geme a flauta; meu coração pelo povo de Quir-Hares geme, como geme a flauta. Eis a razão pela qual todo o proveito obtido se perdeu.

37Todas as cabeças foram rapadas, e cortadas as barbas. Foram golpeadas as mãos, e os rins cobertos de sacos.

38Sobre os tetos de Moab e em suas praças, só lamentos se ouvirão, porque despedacei Moab, qual vaso inútil – oráculo do Senhor.

39Tudo é ruína! Gemei! Quão vergonhoso é para Moab baixar assim a cerviz! Tornou-se Moab objeto de escarmento, e de pavor para todos os vizinhos!

40Porquanto, assim diz o Senhor: o inimigo, como águia, toma voo, estendendo as asas sobre Moab;

41são tomadas suas cidades e arrebatadas as fortificações, e o coração dos guerreiros de Moab será naquele dia semelhante ao coração da mulher em parto.

42Moab foi riscado do número dos povos, porque desafiou o Senhor.

43O terror, o fosso e o laço acercam-se de ti, ó moabita – oráculo do Senhor.

44Quem fugir do terror cairá no fosso, e o que escapar do fosso será apanhado no laço! Porque trarei sobre ele, sobre Moab, o ano do seu castigo – oráculo do Senhor.

45À sombra de Hesebon detiveram-se, extenuados, os fugitivos; de Hesebon, porém, jorrou um fogo, uma chama do meio do Seon, que devora os flancos de Moab e as cabeças dos filhos do tumulto.*

46Desgraçado de ti, Moab! Chegou teu fim, povo de Camos! São arrastados teus filhos ao cativeiro, e tuas filhas, aprisionadas.

47Com o andar do tempo, porém – oráculo do Senhor –, mudarei a sorte de Moab. Fim do julgamento acerca de Moab.